A história de Larry Ellison, que se tornou o homem mais rico do mundo aos 81 anos.

Elon Musk não é mais o homem mais rico do mundo. O cofundador da Oracle, Larry Ellison, arrebatou-lhe a coroa. A riqueza de Ellison aumentou em US$ 101 bilhões em 24 horas, atingindo um total de US$ 393 bilhões. Ellison ultrapassou, assim, o patrimônio líquido de Musk, que está logo abaixo dele, em US$ 385 bilhões, segundo cálculos da Bloomberg divulgados pela CNN. Ellison, de 81 anos, é uma peça fundamental na história do Vale do Silício. Sua empresa está entre as primeiras a se estabelecer na Califórnia. E entre as primeiras a tornar o Vale do Silício um grande país.
A história de Larry Ellison: as origens, o avanço do banco de dadosNascido em Nova York em 1944, mas criado em um subúrbio de Chicago em uma família nada rica, Ellison se interessou pelas primeiras ferramentas de programação na década de 1960. Dez anos depois, ele começou a trabalhar para várias empresas de TI.
Naqueles anos, surgiu o que muitos consideram sua intuição fundamental: o desenvolvimento da tecnologia da informação logo evidenciaria a necessidade de bancos de dados relacionais, sistemas de gerenciamento de dados capazes de armazenar informações em tabelas de forma coerente, correlacionando-as entre si.
O contrato com a CIA. Nasce o projeto Oracle.Em 1977, ele fundou uma empresa que chamou de Laboratórios de Desenvolvimento de Software, oferecendo uma solução que pouco interessava ao mercado da época. Mas não à CIA, que o contratou para criar um banco de dados. O codinome do projeto era Oracle. Este logo se tornaria o nome da empresa, que hoje tem uma receita anual de US$ 53 bilhões e 150.000 funcionários em todo o mundo.
A Oracle então evoluiu. Lançou software empresarial e criou uma das principais infraestruturas de nuvem do mundo. A gestão e a organização de dados são, de certa forma, a gênese da Inteligência Artificial. A organização da informação é o que ela precisa para crescer, a mistura primordial da qual se alimenta. E a Oracle está entre as empresas mais bem equipadas para prepará-la.
Uma cultura corporativa agressiva: acordos com os figurões do Vale do SilícioAo longo de mais de 50 anos, Ellison garantiu que a Oracle fosse reconhecida por sua cultura corporativa agressiva, especialmente em sua estratégia de aquisições. Ele investiu bilhões para tornar sua empresa a maior empresa de gerenciamento de banco de dados do mundo.
E embora a Oracle tenha atualmente uma capitalização de mercado muito inferior à de gigantes como Google, Microsoft, Apple e Amazon (a da Oracle vale cerca de US$ 500 bilhões, enquanto as outras valem cerca de US$ 3 trilhões), ela está vivendo uma nova era de ouro graças ao boom da IA e à crescente demanda por capacidade de servidores de dados. Republicano de longa data, ele é muito próximo de Donald Trump, que o considera inequivocamente um "CEO de todas as coisas", o líder corporativo por excelência do século XXI.
Ellison é uma figura-chave no Vale do Silício. De certa forma, ele contribuiu para o mito, personificando o sonho americano de visão pioneira e redenção social. Sua empresa foi uma das primeiras a surgir no que se tornaria o polo de inovação dos Estados Unidos. Comparado a Elon Musk, Jeff Bezos e Mark Zuckerberg, Ellison vem de uma era diferente. Seus maiores sucessos como empreendedor de tecnologia ocorreram antes da era digital, antes da internet.
Vida privada: excessos, a vila no HavaíNos últimos vinte anos, ele tem sido falado quase exclusivamente por seu estilo de vida luxuoso, sua paixão por vela, por relógios, por sua muito comentada compra de uma ilha havaiana inteira por 500 milhões de dólares e por suas vilas pessoais construídas inteiramente de acordo com as regras da arquitetura japonesa.
Desde 2020, ele mora no Havaí, na ilha de Lanai, que ele comprou: é a sexta maior ilha do arquipélago.
La Repubblica