O hábito alimentar sutil que pode ser um sinal precoce da demência sofrida por Bruce Willis

Maneiras estranhas à mesa podem ser mais do que apenas peculiaridades; elas podem ser um sinal precoce de demência, alertam especialistas.

A demência frontotemporal, doença que afeta o ator Bruce Willis e aproximadamente 60.000 outros americanos, é causada por um declínio gradual nas áreas do cérebro ligadas à personalidade e às habilidades de linguagem.

Os sinais de alerta incluem mudanças de personalidade e comportamento, como impulsividade ou falta de empatia, e problemas de linguagem, em que os pacientes têm dificuldade em encontrar palavras.

Mas especialistas dizem que um sintoma menos conhecido da doença são "comportamentos obsessivos e repetitivos", que podem se estender à dieta e aos hábitos alimentares do paciente.

Pacientes podem ficar obcecados por um alimento, recusando-se a comer qualquer outro, disseram pesquisadores de Washington D.C. em um estudo anterior . Eles também podem comer objetos não alimentícios ou roubar do prato de outras pessoas.

A Dra. Marilena Aiello, neurocientista que pesquisa a condição, disse anteriormente: "Esses comportamentos são problemáticos, é claro, socialmente, mas também em relação à saúde dos pacientes, pois eles tendem a ganhar peso.

'[Mas] algumas pessoas perdem peso porque comem uma variedade limitada de alimentos de forma obsessiva.'

Não ficou claro por que a condição pode causar esse comportamento, mas os pesquisadores dizem que ela está potencialmente ligada a alterações nos sinais do corpo de fome e saciedade.

Não se sabe se Bruce Willis sofre de algum comportamento alimentar compulsivo como resultado de sua condição, mas sua família disse que ele está com dificuldades de comunicação.

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E no início deste mês , sua esposa Emma Heming Willis revelou o sinal sutil que ela notou pouco antes do diagnóstico.

Ela disse à ABC News : "Para alguém que é muito falante e muito envolvido, ele era um pouco mais quieto, e quando a família se reunia, ele meio que derretia um pouco."

Ela disse que ele também começou a perder as palavras logo em seguida, e a gagueira que ele tinha quando criança retornou.

'[Ele] se sentia muito distante, um pouco frio, não como Bruce, que é muito caloroso e afetuoso.

"Fazer exatamente o oposto disso foi alarmante e assustador", ela acrescentou.

Na demência frontotemporal, as alterações comportamentais são normalmente o primeiro sinal perceptível da doença. Em comparação, no Alzheimer, que afeta até 6,7 milhões de pessoas, os primeiros sinais são normalmente perda de memória ou confusão com relação ao tempo ou lugar.

Com o tempo, mais áreas do cérebro se degeneram, o que significa que pacientes com demência frontotemporal muitas vezes acabam tendo a mesma doença que aqueles com Alzheimer em estágio avançado.

Outros sintomas da demência frontotemporal incluem dificuldade para comer ou engolir, dificuldade para caminhar e vulnerabilidade a infecções.

A condição normalmente não é fatal por si só, mas enfraquece o corpo e aumenta o risco de infecções fatais ou outras complicações. Isso pode incluir problemas para engolir ou comer e beber.

Não há cura para a doença, embora alguns medicamentos e terapias possam ajudar a retardar a progressão dos sintomas.

Também não está claro o que causa a demência frontotemporal, embora ela já tenha sido associada ao acúmulo de aglomerados de proteínas no cérebro.

Alguns pesquisadores dizem que a doença também pode ser causada por danos aos vasos sanguíneos do cérebro, o que, segundo eles, pode afetar o fornecimento de nutrientes e oxigênio às células cerebrais.