Líder interino afirma que o NDP não busca 'quid pro quo' com os liberais para obter status de partido

O recém-nomeado líder interino do NDP diz que o partido — neste momento — não usará sua influência limitada no Parlamento para apoiar o governo liberal em troca das vantagens de ser um partido reconhecido.

"Precisamos funcionar como uma bancada parlamentar sem qualquer contrapartida. Achamos que isso é importante apenas para o funcionamento do Parlamento", disse Don Davies ao programa Rosemary Barton Live , da CBC .

"Não faremos nenhum acordo com ninguém neste momento", disse Davies à apresentadora Rosemary Barton em uma entrevista que foi ao ar no domingo.

O veterano parlamentar do NDP foi escolhido como líder interino do partido no início desta semana, depois que o ex-líder Jagmeet Singh renunciou na noite da eleição.

ASSISTA | Davies diz que o NDP não está buscando fazer trocas por status de partido neste momento:

O líder interino do NDP, Don Davies, disse ao programa Rosemary Barton Live, da CBC, que entrou em contato com liberais e conservadores para defender a oficialização do seu partido. Mas Davies afirmou que as conversas com os liberais até agora não incluíram a possibilidade de apoiar o governo em troca.

Singh perdeu sua cadeira no que foi um desempenho historicamente ruim para o NDP nesta eleição. O partido ficou reduzido a sete cadeiras — cinco a menos das 12 necessárias para ser um partido reconhecido na Câmara dos Comuns.

Ser um partido reconhecido na Câmara concede certos privilégios que o NDP agora perdeu. Entre eles, está a garantia de uma pergunta no período diário de perguntas, participação em comissões e financiamento para o gabinete do líder e o departamento de pesquisa.

Ainda assim, o partido poderia ter influência no Parlamento minoritário, com os liberais a apenas algumas cadeiras da maioria.

Davies disse que está conversando com liberais e conservadores para defender o caso de que o NDP receba status reconhecido — mas disse que as conversas com os liberais não incluíram a possibilidade de apoiar o governo em troca.

"Acreditamos que temos argumentos fortes para afirmar que os Novos Democratas precisam levar as vozes de 1,2 milhão de canadenses ao Parlamento", disse ele.

Davies disse que a recepção dos liberais e conservadores até agora tem sido "positiva".

"Ambos os partidos — e, na verdade, todos nós — entendemos que somos uma minoria. Parlamentos minoritários exigem que os partidos trabalhem juntos... então, vamos trabalhar de forma construtiva e ver o que podemos arranjar", disse ele.

Além das negociações para obter reconhecimento na Câmara, Davies disse que o NDP está focado na reconstrução após o colapso no dia da eleição. Ele afirmou que o NDP — tradicionalmente considerado o partido da classe trabalhadora — precisa se reconectar com suas raízes.

Os conservadores deram grande ênfase à conquista de eleitores da classe trabalhadora e dos sindicatos durante a campanha. Vários sindicatos do setor privado apoiaram o partido, enquanto os conservadores conquistavam assentos em áreas consideradas operárias.

Davies disse que suspeita que os liberais também tenham atraído alguns eleitores da classe trabalhadora para longe de seu partido nos últimos anos.

"[Precisamos começar] a nos envolver novamente e ter uma discussão desde a base para que possamos reorientar o NDP como o partido que atende às necessidades dos trabalhadores", disse Davies.