Cuspe lateral de Koné-Marsch faz parte do processo de aprendizagem da seleção masculina canadense em preparação para a Copa do Mundo de 2026

Chris Jones está no País de Gales com a seleção masculina de futebol do Canadá para o amistoso de terça-feira, enquanto a equipe continua os preparativos para a Copa do Mundo da FIFA do ano que vem.
Ismael Koné, o meio-campista canadense, às vezes imprevisível, olhou para o peito, como se seu uniforme pudesse ajudá-lo a encontrar as palavras certas.
"Acho que é difícil para mim, como pessoa, mostrar quem eu sou", disse ele. "Eu me importo com esta camisa e com este time mais do que qualquer outra coisa."
ASSISTA | Chris Jones sobre o que aconteceu entre Ismael Koné e Jesse Marsch:
No amistoso da última sexta-feira contra a Romênia, sua paixão foi expressa de forma mais negativa. Com o Canadá vencendo por 2 a 0, mas o time da casa começando a se recuperar, o técnico Jesse Marsch tirou Koné e deu lugar a Nathan Saliba, mais defensivo.
Koné desabafou sua decepção, foi para o banco e então voltou para Marsch para mais um gol, sendo contido apenas pelo goleiro reserva Dayne St. Clair.
Koné, emocionado, não falou com os repórteres após o jogo, que o Canadá venceu por 3 a 0, a primeira vitória masculina na Europa desde 2011. Ele caminhou até o ônibus com seu capuz preto cobrindo o rosto e o braço de um membro da equipe em volta de suas costas.
O jogador de 23 anos também não esteve disponível no fim de semana, quando a equipe viajou de Bucareste para Swansea, onde o Canadá jogará contra o País de Gales na terça-feira à noite.
Ele finalmente falou na segunda-feira, acompanhado de seu treinador. Em uma revelação inusitada, Marsch já havia dito que Koné seria titular contra o País de Gales, quando um técnico diferente poderia tê-lo punido.
"Cada partida que jogo pela seleção é uma oportunidade de retribuir essa confiança", disse Koné.
ASSISTA | Chris Jones sobre a camaradagem da equipe masculina do Canadá:
Ele é um talento inegável, um jogador criativo que movimenta e distribui a bola, e já havia jogado bem antes de ser expulso contra a Romênia. Mas sua substituição, e sua reação a ela, foram uma demonstração de sua fraqueza como jogador e seu desafio como homem: ele nem sempre se encaixa.
O drama envolvendo Koné foi agravado por seus desentendimentos com Roberto De Zerbi, seu técnico, durante uma breve e infeliz passagem pelo Marselha. Em fevereiro, no meio da primeira temporada de Koné com o gigante francês, ele foi emprestado ao Rennes, depois que De Zerbi disse que o canadense "não me mostrou que é capaz de fazer parte deste projeto".
Koné foi emprestado ao Sassuolo em julho. Pouco tempo depois, o Marselha divulgou um documentário interno de uma briga quase física entre De Zerbi e Koné, depois que o técnico expressou frustração com a quantidade de toques que seu jogador recebia durante um treino.
"Ligue para seu agente", gritou De Zerbi para Koné, e seu relacionamento parecia rompido para sempre.
Marsch, cuja carreira como jogador foi marcada por mau comportamento em campo, vem tentando diminuir a tensão desde o jogo da semana passada na Romênia.

Os dois homens sentaram-se juntos logo após a equipe chegar a Swansea.
"Eu sempre acho que é uma oportunidade para as pessoas se fortalecerem", disse Marsch. "Posso dizer com toda a certeza, Ismael, que depois que conversamos e conseguimos nos entender de verdade, estamos mais próximos do que nunca."
Mais tarde, Marsch concedeu uma entrevista exclusiva à CBC Sports.
"Investi muito em Ismael", disse ele. "Quando ele ficou chateado por ter que se assumir, eu não me incomodei.
Isso faz parte de ser humano. Nem sempre vemos as coisas da mesma maneira. É fácil ser treinador quando as coisas são preto no branco. Mas é na parte do meio, na parte colorida, que está a grande recompensa. Essa é a verdade sobre Ismael. Ele não pensa como os outros. Ele é um pouco especial.
ASSISTA | Vitória por 3 a 0 é a primeira do Canadá na Europa desde 2011:
O incidente foi particularmente marcante porque a equipe de Marsch demonstrou uma camaradagem fora de série notável. Não querer sair de campo também significa, por padrão, não querer que outra pessoa entre. Koné pediu desculpas aos seus companheiros de equipe, e Saliba, seu substituto, foi um dos mais rápidos a perdoá-lo.
"Ismael é realmente um cara legal", disse Saliba. "Ele não é um cara assim. Entendemos perfeitamente como isso pode acontecer. Todo jogador tem ambições. É importante ter ambições."
Também é importante que os jogadores entendam quando as ambições do seu time vêm antes das suas. Na terça-feira, contra o País de Gales, Ismael Koné terá a chance de mostrar o que aprendeu durante esta importantíssima janela europeia. Ele não precisa se alinhar, exatamente. Ele precisa reconhecer que as linhas existem e, então, encontrar seu lugar no espaço entre elas.
cbc.ca