Milhões de pessoas ameaçadas por incêndios florestais perto de suas casas, segundo pesquisa

O número de pessoas cujas vidas ou propriedades estão em risco por causa de incêndios florestais aumentou quase 40% em apenas duas décadas, de acordo com uma nova pesquisa.

Uma análise feita por uma equipe internacional de cientistas mostrou que 440 milhões de pessoas foram ameaçadas por incêndios que invadiram suas casas entre 2002 e 2021.

E embora a área afetada tenha diminuído durante o período do estudo, o número de pessoas afetadas a cada ano aumentou em 7,7 milhões.

Foto: Reuters">

O Dr. Matthew Jones, da Universidade de East Anglia, disse à Sky News que uma combinação de mudanças climáticas e movimentos populacionais está impulsionando o aumento.

"Estamos vendo condições mais quentes e secas, e isso está resultando em um clima mais propenso a incêndios", disse ele.

Também estamos vendo pessoas migrando cada vez mais para áreas historicamente propensas a incêndios. No oeste dos EUA, vemos essa imagem idílica e romântica de viver mais perto da natureza.

"E essa é uma tendência que está colocando as pessoas mais perto de paisagens propensas a incêndios do que no passado."

Os pesquisadores analisaram 18,6 milhões de registros de incêndios florestais ao longo de 20 anos.

Foto: Maxar/Reuters">

Desastres de grande repercussão nos EUA, Europa e Austrália chamam a atenção do público, mas representam apenas 2,5% da área queimada do mundo, de acordo com resultados publicados na revista Science.

A grande maioria das terras afetadas – 85% – fica na África. Mas esse número está diminuindo à medida que mais savanas e pastagens são ocupadas pela agricultura – uma mudança tão significativa que aparece nos totais globais, com uma queda de 26% nas terras queimadas durante o período do estudo.

"O aparente aumento nos impactos danosos e destrutivos dos incêndios florestais na sociedade tem parecido desconcertante até agora porque a área queimada por incêndios no mundo todo vem diminuindo", disse o Dr. Jones.

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Ele acrescentou: "Ao analisar de perto a geografia mutável do fogo e da população, este estudo traz uma clareza vital: nosso trabalho mostra que os incêndios florestais estão realmente se tornando mais frequentes e intensos em áreas povoadas.

"Essas mudanças trazem perigo à vida, danos à propriedade e ameaça à subsistência."

Os pesquisadores dizem que a crescente vulnerabilidade das populações humanas aos incêndios florestais ressalta a necessidade urgente de medidas proativas para proteger as comunidades.

Isso poderia incluir iniciar deliberadamente pequenas fogueiras controladas para queimar a vegetação, para que ela não se acumule.

Mais educação pública e soluções de engenharia também são necessárias para reduzir o número de incêndios iniciados por pessoas, acidentalmente ou propositais.