“Não há trânsito suficiente, não há vida suficiente”: em Mont-de-Marsan, o mercado de arenas busca renovação

O mercado de terça-feira não é tão atraente quanto costumava ser. Menos barracas, menos visitantes e uma atmosfera monótona: comerciantes fiéis estão se perguntando sobre o futuro deste evento semanal.
Todas as terças-feiras, das 9h às 18h, cerca de quinze comerciantes montam suas barracas na Place des Arènes, em Mont-de-Marsan. Roupas, sapatos, joias, tecidos e até plantas — a oferta é variada, mas os compradores estão se tornando cada vez mais raros. Os comerciantes presentes, muitas vezes por muitos anos, continuam principalmente por lealdade aos seus clientes regulares, mas todos concordam: este mercado está perdendo força.
"Calma e sem vida." Essas são as duas palavras escolhidas pela comerciante do estande da Stop Fashion By Klo para descrever o mercado. Ela vem aqui para vender suas roupas há treze anos. "Venho pelos meus clientes, mas é verdade que a localização não é boa. Não há trânsito suficiente, não há vida suficiente", lamenta.
A mesma observação é feita pelos irmãos Courbin, vendedores de calçados que continuam a tradição familiar administrando uma barraca como seu pai fazia em 1962. "Continuamos vindo toda terça-feira porque precisamos fidelizar os clientes", explicam eles.
Mas os tempos mudaram e, desde a Covid, eles perderam 50% do faturamento em Mont-de-Marsan. "Antes, lutávamos para conseguir um local, mas hoje, todos os antigos lojistas foram embora." Eles também apontam para uma falta geral de organização e gostariam que as coisas fossem "mais organizadas".
RotinaApenas um comerciante ainda vê vantagens neste evento. Há vinte anos, Jean-Luc Maury instala suas plantas aos pés das arenas todas as terças-feiras e está gostando. "É uma feira diurna, o que é raro, e isso a torna mais acessível aos clientes." Ele costuma ficar até as 17h ou 18h. No entanto, ele também reconhece a falta de entretenimento e espera por mais vida, música e eventos.
Com apenas quatro comerciantes fiéis permanecendo no mercado durante o inverno, surge a questão da sustentabilidade do mercado. Longe da agitação das grandes feiras ou mercados de verão, o mercado de arena parece estar se tornando uma rotina.
O comprometimento dos vendedores não é mais suficiente para revitalizar um local que, como se sabe, "não deveria evoluir mais" sem novas iniciativas da prefeitura ou dos organizadores. Uma rotina que pode, em última análise, isolá-lo ainda mais.
SudOuest