Saúde. Pesadelos frequentes: um perigo para sua expectativa de vida?

O Dr. Abidemi Otaiku, pesquisador do Instituto de Pesquisa em Demência do Reino Unido, analisou dados de 4.196 adultos com idades entre 26 e 74 anos, acompanhados por 18 anos. Este importante estudo revela pela primeira vez o impacto dramático que os pesadelos têm em nossa expectativa de vida.

Os participantes relataram a frequência de seus pesadelos no início do estudo. Os pesquisadores então monitoraram sua saúde e avaliaram seu envelhecimento biológico usando "relógios epigenéticos", ferramentas que avaliam a verdadeira idade de nossas células, além da nossa idade cronológica.

Os números falam por si: durante o período de observação, foram registradas 227 mortes prematuras (antes dos 75 anos). Adultos que relataram vários pesadelos por semana tiveram um risco de morte prematura mais de três vezes maior do que aqueles que nunca os tiveram.

Ainda mais preocupante, essas pessoas apresentaram sinais de envelhecimento biológico significativamente acelerado. Suas células envelheceram mais rápido do que o normal, como se seus corpos estivessem sob estresse constante.

Para os autores, o mecanismo parece claro. Pesadelos interrompem o sono e geram estresse crônico que impacta diretamente nossos processos celulares. Cada noite mal dormida enfraquece nosso corpo um pouco mais, acumulando danos invisíveis, mas mensuráveis, às nossas células.

Segundo os pesquisadores, "Essas descobertas destacam a importância de reconhecer e tratar pesadelos como um fator de risco modificável para envelhecimento acelerado e morte prematura. Na prática clínica, isso sugere que pacientes com pesadelos frequentes devem ser rastreados para distúrbios do sono subjacentes, estresse e problemas de saúde mental, e receber intervenções adequadas, como terapia cognitivo-comportamental."