"Essa é a decisão que tomaríamos": Alain Duhamel diz que ele próprio poderia recorrer à morte assistida

"Se minha esposa ou eu nos encontrássemos nessa situação, obviamente, para nós, essa seria a decisão que tomaríamos." O colunista político Alain Duhamel disse na BFMTV na segunda-feira, 12 de maio, que poderia recorrer à morte assistida se se encontrasse em uma situação em que parecesse necessário, enquanto a Assembleia Nacional examina um projeto de lei sobre o fim da vida .
"É uma decisão individual, não é uma questão de propaganda", insistiu ele, acrescentando que, se necessário, iria para a Suíça, onde o suicídio assistido é legal.
"Há uma grande desigualdade nessa questão. As pessoas que podem pagar são uma minoria muito pequena", acrescentou, lamentando que o acesso ao suicídio assistido na Suíça seja profundamente desigual, por ser muito caro.
"A liberdade de escolher o momento da própria morte quando se está sofrendo terrivelmente, eu acho que é realmente uma das liberdades", disse ele, afirmando que deveria haver legislação na França que permita que aqueles que precisam dela tenham acesso a ela como último recurso.
"Meu irmão morreu com dores terríveis", diz Alain Duhamel. "Dois dias antes de sua morte, vi um dos meus irmãos, professor de medicina, sofrendo muito."
Este último, internado numa clínica, não estava a receber os analgésicos de que necessitava, segundo o depoimento do editorialista político. "Eles deram Doliprane para ele na minha frente", ele lembra.
"Você está dando o exemplo de um lugar onde a lei é mal aplicada", respondeu Marie de Hennezel, psicóloga clínica, que falou com ele no set.
A psicóloga, que se opõe à legalização da eutanásia, acredita que a lei Leonetti às vezes não é aplicada corretamente, mas ressalta que ela "obriga o médico a prestar socorro e não abandonar o paciente".
No entanto, os cuidados paliativos não são acessíveis a todos que precisam deles. "Metade da população francesa não tem acesso a ela", estima Alain Duhamel.
BFM TV