O reconhecimento da Palestina desarma a esquerda e coloca a direita e a extrema-direita frente a frente com as suas contradições

Onde menos se esperava. Quando já não se esperava. Em pleno verão, na véspera de um primeiro fim de semana de idas e vindas, enquanto deputados e senadores já se ausentavam de Paris há dias: este foi o momento escolhido por Emmanuel Macron, quinta-feira, 24 de julho, para anunciar que a França se preparava para reconhecer o Estado da Palestina , em setembro, por ocasião da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). Um anúncio menos surpreendente do que o momento e as consequências internas que provocou.

Alguns veem isso como uma manobra de comunicação para retomar o controle, como diz o ditado, de uma agenda política repleta de controvérsias que minam o Executivo. Já se foram as duras críticas ao Ministro do Interior, Bruno Retailleau, em entrevista ao semanário de extrema direita Valeurs Actuelles , ou os processos judiciais contra a Ministra da Cultura, Rachida Dati. Também se foi a petição contra a lei Duplomb, que conta com quase dois milhões de assinaturas.

Esta decisão, no entanto, é apenas o resultado de um desejo já manifestado por Emmanuel Macron há vários meses. À margem de uma viagem ao Egito em abril, ele declarou no canal France 5 que era necessário "avançar em direção ao reconhecimento do Estado Palestino e, portanto, nos próximos meses, iremos para lá".

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