Da Cidade do Cabo ao Cairo e do Cairo à Cidade do Cabo, uma dupla odisseia africana

Em 2023, uma egípcia e um sul-africano partem para cruzar os 10.000 quilômetros que separam seus dois países, cada um por conta própria. Através de suas jornadas, repletas de perigos e dificuldades administrativas, "África é um País" conta a história de uma África fragmentada, bem como a utopia de um continente unido apesar de suas fronteiras herdadas do colonialismo europeu.
Em uma tarde quente de abril de 2024, Keith Boyd, de 57 anos, caminhava pelo bairro de Zamalek, no Cairo, com as bandeiras da África do Sul e do Egito amarradas nos ombros. Ele havia acabado de percorrer mais de 10.000 quilômetros em 270 dias. Começando na Cidade do Cabo, ele cruzou a África do Sul, Botsuana, Zimbábue, Zâmbia, Tanzânia, Quênia, grande parte da Etiópia, Sudão e, finalmente, Egito.
Naquela mesma tarde, quase 4.000 quilômetros mais ao sul, Khadija Mansour escalava a crista gelada que levava ao cume do Kilimanjaro. Em suas fotos, a vlogger egípcia de 29 anos exibia um grande sorriso. Escalar o pico mais alto da África marcou o ponto médio de sua jornada de carona do Cairo à Cidade do Cabo.
Motivados por motivações diferentes, os dois viajantes embarcaram na aventura em 2023. O Sr. Boyd, que cresceu sob o apartheid na África do Sul, acredita que separar as pessoas cria um terreno fértil para disputas e discriminação.
“Quando eu tinha 9 anos, me disseram que os negros não enxergavam cor”, ele lembra. “ E como éramos sempre segregados, até na escola, eu não tinha nenhum amigo negro a quem pudesse perguntar se isso era verdade.”
Ativista então
Aproveite a oferta digital especial para acessar todo o nosso conteúdo sem limites.
Courrier International