Comício Nacional: Sede do partido é invadida, Jordan Bardella denuncia "ambiguidade jurídica" em torno de "empréstimos usuais" para campanhas eleitorais

A sede do Rally Nacional foi invadida nesta quarta-feira, 9 de julho, em Paris, como parte de uma investigação sobre o financiamento de suas recentes campanhas eleitorais. Investigadores estão investigando empréstimos concedidos por indivíduos ao Rally Nacional no valor de vários milhões de euros.
Este texto é um trecho da transcrição da reportagem acima. Clique no vídeo para assisti-lo na íntegra.
Eles deixaram a sede do Rally Nacional sem dizer uma palavra. Durante quase dez horas na quarta-feira, 9 de julho, cerca de vinte policiais e magistrados revistaram os escritórios do partido de extrema direita. Foi seu presidente, Jordan Bardella, quem anunciou a operação pela manhã, denunciando um ataque à democracia . "Esta operação espetacular e sem precedentes é claramente parte de uma nova operação de assédio. Nunca um partido de oposição sofreu uma perseguição tão implacável sob a Quinta República", escreveu ele em sua conta no X.
O Ministério Público de Paris, que lidera a investigação, suspeita de irregularidades no financiamento das campanhas de 2022 e 2024, principalmente por meio de empréstimos contraídos junto a ativistas e apoiadores. "A investigação judicial deve permitir apurar se essas campanhas foram financiadas por meio de empréstimos ilegais, bem como por meio de cobranças indevidas por serviços ou da cobrança de serviços fictícios", escreveu o Ministério Público.
O Rally Nacional (RN) está usando um sistema de empréstimos, proibido desde 2017? Não é mais possível obter mais de cinco empréstimos da mesma pessoa, totalizando pelo menos € 75.000. É o que a Comissão de Contas de Campanha chama de "empréstimos habituais". Uma prática que permitiria ao Rally Nacional (RN) se autofinanciar, contornando as regras existentes, segundo Romain Rambaud, especialista em financiamento partidário e professor de direito público na Universidade de Grenoble-Alpes. "Se limitarmos as doações, mas permitirmos que pessoas ricas emprestem dinheiro a partidos políticos sem limites, bem, isso significa simplesmente que as regras que servem para limitar o impacto de pessoas extremamente ricas na vida política francesa podem ser facilmente contornadas", explica o professor.
As acusações de financiamento ilícito foram rejeitadas na noite desta quarta-feira por Jordan Bardella: "Não podemos, por um lado, validar as contas de campanha e, alguns anos depois, vir a público e explicar que os empréstimos que concedemos eram ilegais. Existe uma zona cinzenta jurídica em torno dessa noção, e, precisamente, a noção de um credor regular é objeto de uma zona cinzenta jurídica", reagiu o presidente da RN à imprensa. Três meses após a condenação de Marine Le Pen, este novo caso envergonha ainda mais a RN, a menos de dois anos das eleições presidenciais.
Lista não exaustiva.
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