Donald Trump anuncia tarifa de 50% sobre o cobre a partir de agosto e ameaça punir o Brasil por apoiar Bolsonaro

Em sua ofensiva tarifária, Donald Trump identificou dois novos alvos: o Brasil e o cobre. O primeiro, em nome de sua amizade com Jair Bolsonaro, o ex-presidente brasileiro de extrema direita julgado por tentativa de golpe de Estado, e o segundo para proteger a "segurança nacional" dos Estados Unidos .

O presidente americano anunciou na noite de quarta-feira, 9 de julho, em sua rede social Truth Social, uma " sobretaxa de 50% sobre o cobre" a partir de 1º de agosto. Uma decisão que ele justificou "após receber uma avaliação completa da segurança nacional ". "O cobre é o segundo material mais usado pelo Departamento de Defesa", disparou, referindo-se às necessidades do país para a construção, entre outras coisas, de navios, aviões e munições.

Trump já havia mencionado o aumento das tarifas sobre o cobre na terça-feira, mas sem dar um prazo específico. Se as tarifas sobre o cobre entrarem em vigor, os preços de produtos feitos com o metal, como geladeiras e carros, poderão subir.

Donald Trump também abordou os produtos brasileiros, sobre os quais pretende impor uma tarifa de 50%. Até agora, o Brasil vinha sendo poupado das ofensivas tarifárias do presidente americano, já que os Estados Unidos geram superávit comercial com o gigante sul-americano.

Mas, em uma carta ao seu colega brasileiro, Lula, Donald Trump afirmou que essas tarifas seriam impostas em resposta aos processos legais contra Jair Bolsonaro, ex-presidente de extrema direita do Brasil, que está sendo julgado em seu país por tentativa de golpe de estado.

"O tratamento dado pelo Brasil ao ex-presidente Bolsonaro é uma vergonha internacional", disse Donald Trump em sua carta. Ele acredita que o processo contra o ex-líder brasileiro é "uma caça às bruxas que precisa acabar". Em nota, Lula afirmou que "qualquer aumento unilateral de tarifas será respondido à luz da Lei de Reciprocidade Econômica do Brasil".

Desde segunda-feira, cerca de vinte países receberam cartas anunciando a sobretaxa que será aplicada a partir de 1º de agosto aos seus produtos que entrarem nos Estados Unidos. Donald Trump declarou no dia seguinte que pretendia enviar mais cartas durante a semana, principalmente para a União Europeia.

Na quarta-feira, um porta-voz da Comissão Europeia garantiu que a UE espera chegar a um acordo com os Estados Unidos "nos próximos dias" para evitar quaisquer impostos adicionais, particularmente nos setores-chave da aeronáutica, cosméticos e bebidas alcoólicas.