China ainda na vanguarda da transição para a energia elétrica


A China continua liderando a transição para veículos elétricos, respondendo por quase dois terços das vendas globais no ano passado.
A China não é mais a única impulsionadora das vendas de carros elétricos e híbridos plug-in: países emergentes como Brasil, Vietnã e Indonésia também estão eletrificando rapidamente, de acordo com o relatório anual publicado na quarta-feira pela Agência Internacional de Energia (AIE).
Mais de 17 milhões desses veículos foram vendidos no mundo todo em 2024 (incluindo híbridos plug-in), elevando sua participação no mercado global acima de 20% pela primeira vez. Nos primeiros três meses de 2025, as vendas de carros elétricos aumentaram mais 35% em comparação ao primeiro trimestre de 2024. "Os carros elétricos se tornaram parte integrante da indústria automotiva em todo o mundo", disse o diretor executivo da AIE, Fatih Birol, em uma coletiva de imprensa. E "apesar das incertezas significativas, os carros elétricos continuam em uma forte trajetória de crescimento", ele enfatizou.
Essas incertezas estão principalmente ligadas ao risco de recessão na economia global e às vicissitudes do comércio internacional, com a implementação de sobretaxas alfandegárias pelos Estados Unidos. Uma queda sustentada no preço do petróleo também pode desacelerar o crescimento dos veículos elétricos. A AIE observou, no entanto, que o desenvolvimento de veículos elétricos já havia desacelerado o crescimento da demanda global por petróleo, enfatizou Fatih Birol, além de reduzir as emissões de CO2 e gases tóxicos.
"Este ano, esperamos que mais de um em cada quatro carros vendidos no mundo seja elétrico", e essa proporção deve aumentar para dois em cada cinco carros até o final da década, à medida que os carros elétricos se tornarem cada vez mais acessíveis, acrescentou Birol.
A China continua liderando a transição para veículos elétricos, respondendo por quase dois terços das vendas globais no ano passado, graças em parte aos preços altamente competitivos. As vendas de carros elétricos e híbridos plug-in devem aumentar em quase 40% até 2024, atingindo quase um em cada dois veículos vendidos, e possivelmente 80% até 2030, de acordo com a AIE.
Na Europa, esses modelos estagnaram com a queda dos bônus em alguns países, mas também pela falta de modelos acessíveis. As metas dos estados europeus continuam ambiciosas, com uma participação de mercado de quase 60% até 2030, embora a UE esteja confirmando uma redução nas metas de curto prazo, cujos efeitos "ainda não foram vistos", de acordo com a AIE.
Nos Estados Unidos, o crescimento desses modelos desacelerou, mas eles já atingiram cerca de 10% de participação de mercado. A previsão da AIE para 2030 foi reduzida pela metade com a chegada de Donald Trump, que agora detém 20% do mercado.
As vendas em economias emergentes na Ásia, América Latina e África subiram 60% no ano passado, impulsionadas por "incentivos políticos e pela crescente presença de carros elétricos relativamente acessíveis de montadoras chinesas", observou a AIE. Os veículos elétricos representaram 13% das vendas no ano passado na Tailândia, 17% no Vietnã e dobraram no Brasil, o reino do etanol, chegando a 6% das vendas.
(AFP/RK)
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