Mundial de Clubes: confronto Fluminense x Al-Hilal
Um clube brasileiro e uma seleção saudita se enfrentam na sexta-feira, 4 de julho, em Orlando, Flórida, em um duelo único e inesperado pelas quartas de final do Mundial de Clubes (às 21h, horário de Paris). Com cinco pesos pesados europeus ocupando as oito vagas restantes na nova versão da competição intercontinental, o confronto entre Fluminense e Al-Hilal é marcante. Isso se torna ainda mais evidente considerando a eliminação da Inter de Milão, derrotada pelos brasileiros nas oitavas de final (2 a 0), e do Manchester City, derrotado pela seleção saudita até a prorrogação (4 a 3).
Embora a questão dos calendários do futebol europeu continue central, a de uma suposta (grande) diferença de nível entre a Europa e o resto do mundo não é mais motivo de debate. Isso é particularmente verdadeiro entre as estrelas das grandes ligas, como o goleiro belga do Real Madrid, Thibaut Courtois, que se irrita com as críticas aos seus adversários internacionais. "Nós, especialistas em futebol, nunca duvidamos do nível da competição ", disse ele após a vitória de sua equipe sobre a Juventus de Turim (1 a 0) nas oitavas de final. Obviamente, se você acredita em quatro usuários do Twitter [agora X] que acham o nível uma merda, você está enganado. Mas quem entende de futebol sabe que os clubes brasileiros são bons, ou que o Al-Hilal é um ótimo time.
É difícil encontrar uma maneira melhor de promover a partida entre dois times que são opostos, tanto dentro quanto fora de campo. Enquanto o Tricolor (apelido do Fluminense), casa do lendário estádio do Maracanã e pioneiro do futebol brasileiro, destaca sua rica história, o Al-Hilal, símbolo do avanço esportivo do futebol saudita, ostenta recursos praticamente ilimitados.
Al-Hilal, um pedaço do Brasil em RiadNo entanto, existem laços entre os dois clubes, especialmente no âmbito esportivo. Sua política de recrutamento, na verdade, consiste em recrutar jogadores veteranos. Isso é conseguido com milhões no Al-Hilal – de propriedade majoritária do Fundo de Investimento Público Saudita – que há vários anos oferece generosos pacotes de aposentadoria antecipada a ex-estrelas que estão perdendo a forma, como o goleiro marroquino Bono, o zagueiro Kalidou Koulibaly e o atacante Aleksandar Mitrovic.
Já o "Flu" aposta na saudade e na nostalgia, trazendo de volta lendas brasileiras, como Thiago Silva (40 anos), ex-zagueiro e capitão do Paris Saint-Germain (PSG). Uma estratégia da qual Renato Gaúcho, técnico do Fluminense, se gabou após a eliminação da Inter de Milão: "Não podemos competir financeiramente, mas, em campo, são onze contra onze. Representamos, sem dúvida, muito bem o futebol brasileiro."
Mais surpreendentemente, este também é o caso do clube de Riad. Desde a sua fundação em 1957, o "Croissant" recebeu vários jogadores do Auriverde – embora Neymar tenha saído, hoje há quatro no elenco – e viu mais de vinte técnicos brasileiros passarem por suas fileiras, incluindo o ilustre Mário Zagallo, campeão mundial como jogador (1958, 1962) e depois como técnico (1970).
A equipe agora é comandada pelo italiano Simone Inzaghi, ex-técnico da Inter de Milão (2021-2025), contratado em 5 de junho, após a derrota dos nerazzurri na final da Liga dos Campeões para o PSG (5 a 0). Embora tenha comandado apenas quatro partidas desde que assumiu o comando, o técnico permanece invicto e pretende estender essa sequência até a final, onde poderá encontrar seu carrasco parisiense.
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