Brasil interrompe produção da camisa vermelha em meio a protestos


Uma camisa vermelha para a Seleção na Copa do Mundo de 2026? A ideia aparentemente bizarra foi descartada pelo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que revelou na terça-feira que havia interrompido a produção deste modelo após uma enxurrada de críticas, principalmente em relação às conotações políticas da cor.
Samir Xaud, que assumiu a presidência da CBF em maio, afirmou ao canal "Sportv" nesta terça-feira que "solicitou a paralisação da produção" das camisas vermelhas durante uma "reunião de emergência" com a Nike, fornecedora de equipamentos da Seleção desde 1996.
No Brasil, um país profundamente polarizado politicamente, a cor vermelha é geralmente associada ao Partido dos Trabalhadores do atual presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva.
E a camisa amarela da seleção foi adotada em massa pelos apoiadores de seu antecessor de extrema direita, Jair Bolsonaro (2019-2022).
"Eu era totalmente contra o vermelho, mas não por razões políticas, deixe-me esclarecer", disse Samir Xaud.
"Azul, amarelo, verde e branco são as cores da nossa bandeira e essas são as cores que devem ser mantidas", continuou ele.
O projeto de uma camisa vermelha, com o logotipo da Air Jordan em vez do símbolo da Nike, nasceu no governo de seu antecessor, Ednaldo Rodrigues, que foi demitido em maio por decisão judicial.
Era para fazer parte dos uniformes disponíveis — além do amarelo — para a Seleção na Copa do Mundo de 2026, no México, Canadá e Estados Unidos.
Mas Samir Xaud afirmou nesta terça-feira que a segunda camisa do Brasil será de fato azul nesta Copa do Mundo, como já acontece há décadas.
20 Minutes