Poluição plástica: novo tratado apresentado em Genebra rejeitado por vários países

O texto de um novo projeto de tratado sobre poluição plástica, apresentado na quarta-feira, 13 de agosto, na assembleia plenária da ONU em Genebra, foi imediatamente rejeitado por vários países e duramente criticado por ONGs, principalmente pela ausência de referência a quaisquer restrições à produção de plástico virgem.

Este texto, escrito pelo diplomata que preside os debates, é "inaceitável" , julgaram os delegados da Colômbia, Chile e Panamá, assim como da União Europeia, enquanto a ONG Greenpeace considerou que se trata de um "presente à indústria petroquímica e uma traição à humanidade" .

Em Genebra, representantes de 184 países, que trabalharam durante nove dias em uma nova versão deste texto, tiveram grande dificuldade em chegar a um acordo sobre as medidas necessárias para reduzir a poluição plástica em nível global.

Na fase final das negociações, dezenas de ministros chegaram a Genebra para tentar desbloquear o processo liderado por diplomatas, mas as negociações, que colocaram grandes blocos de países uns contra os outros em um clima tenso, foram "muito difíceis", disse o ministro do Meio Ambiente dinamarquês, Magnus Heunicke.

Um grupo de países produtores de petróleo rejeita quaisquer restrições à produção de plástico, um derivado do petróleo, e qualquer proibição de moléculas consideradas prejudiciais ao meio ambiente ou à saúde em nível global. Essas medidas são fortemente apoiadas por outro grupo maior de países "ambiciosos", bem como por ONGs.

Os países petrolíferos argumentam que há falhas técnicas no início do processo de negociação adotado pela Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente em 2022 (sem a presença da Arábia Saudita) e até questionam o escopo do tratado, argumentando que ele deve abranger apenas a gestão de resíduos , mas não a parte upstream do ciclo de produção do plástico, nem as questões de saúde.

David Azoulay, diretor do programa de saúde ambiental do think tank suíço CIEL, havia alertado mais cedo que o texto resumido publicado pelo presidente dos debates seria "o menor denominador comum" , "muito fraco" e que não estaria à altura do padrão de um tratado destinado a resolver a crise do plástico.