O que é a reunião pública, o novo mecanismo convocado pelo Presidente após o fracasso do referendo?

Poucas horas depois do fracasso da primeira iniciativa de referendo do governo no Congresso, o presidente Gustavo Petro, da China, convocou organizações sociais às ruas para uma reunião pública, outro mecanismo de participação popular previsto na Constituição de 1991, mas que remonta à independência.
A prefeitura é uma reunião pública. Pode ser realizada durante cada sessão ordinária das assembleias departamentais, dos conselhos distritais e municipais, ou dos Conselhos Administrativos Locais (JAL). É aberto ao público, que pode participar mediante inscrição no comitê patrocinador e discutir questões de interesse.
Recentemente, a jurisprudência a definiu como "a reunião do povo soberano para discutir livremente assuntos que lhe interessam ou afetam".
Por meio desse mecanismo, os fóruns de discussão política são ampliados e estendidos aos cidadãos, que podem participar diretamente. De acordo com a Lei 1757 de 2015, essas iniciativas são populares, por isso serão convocadas por organizações sociais. Foi a eles que o Presidente apelou durante seu discurso.
Para o analista político e colunista deste jornal, Gabriel Cifuentes, a reunião pública, embora seja um conceito existente, não tem efeito vinculativo.
"Surgiu nas primeiras décadas da nossa independência e foi concebido principalmente para as comunidades a nível municipal. Assembleias públicas abertas não podem existir a nível nacional, pois são concebidas para serem frequentadas por conselhos municipais ou JALs", explicou.
Ele afirmou que seu chamado à ação está relacionado ao simbolismo que representa: ir às ruas e lotar a praça, uma constante na trajetória política do presidente.
"O conselho municipal aberto serve como forma de nomear o que é, em essência, uma ação prática de mobilização cidadã. No entanto, não acredito que possa ter efeitos jurídicos. Não é o mecanismo adequado para reativar uma consulta popular. Seu valor é mais simbólico do que normativo, dada a importância histórica que os conselhos municipais tiveram durante a independência", acrescentou.
Esse período da história esteve presente no discurso do presidente. Em 1º de maio, durante a marcha sindical — que ele usou para convocar mobilizações em apoio ao referendo — ele desembainhou a espada de Bolívar e acenou com a bandeira da "guerra até a morte", símbolo da independência.
"As reuniões públicas abertas têm um valor enorme em nossa história colonial e republicana. São espaços eficazes para aliviar tensões sociais e conectar os cidadãos com as instituições e seus representantes. Não só facilitam importantes esforços de fiscalização cidadã, como também podem dar origem a iniciativas que dão origem a diversos instrumentos regulatórios e governamentais para resolver problemas comunitários", concluiu o analista. Contudo, é ineficaz para reavivar o referendo.
Durante seu discurso, o presidente também pediu ao Senado que repita a votação do referendo, que foi derrotada por dois votos no plenário.
Sara Valentina Quevedo Delgado
eltiempo