O presidente Gustavo Petro pede ao Senado que realize uma nova votação sobre o referendo.

"Peço ao Senado que coloque o referendo em votação novamente. Peço ao povo da Colômbia; estarei pronto para cumprir suas ordens em resposta. Chegou a hora do povo", afirmou o Presidente Petro.

Discurso do Presidente Gustavo Petro | A Foto do Tempo:
"Não esperávamos um acontecimento tão macabro como o do Senado da República. Eles nem sequer conseguiram vencer o referendo com os votos dos senadores. Tiveram que trapacear, como a fraude de 19 de abril de 1970, que nos levou a décadas de violência", disse o chefe de Estado, que estava acompanhado de vários dos ministros que o acompanharam durante sua visita ao gigante asiático.

O ministro Armando Benedetti foi um dos maiores perdedores do dia. Foto de : Néstor Gómez - EL TIEMPO
O presidente também afirmou que a senadora Martha Peralta, do partido governista, não estava autorizada a votar e chamou o secretário do Senado, Diego Alejandro González, de "desonesto", que, segundo o governo, alterou o voto do senador Edgar Díaz. No entanto, registros do Senado mostram que a suposta mudança de voto da qual o governo fala sempre foi negativa, e o próprio parlamentar da oposição corroborou isso.

Ministros e bancada do governo durante a discussão do referendo. Foto: Milton Diaz/El Tiempo
Ele também questionou o presidente do Senado, o conservador Efraín Cepeda, por, segundo o presidente Petro, ter "acelerado o fechamento da votação quando estava um voto à frente. Astuto, achando que é assim que se faz a história colombiana. Só fazem palhaçadas, incitando o país à violência".

Efraín Cepeda conversa com o ministro do Interior, Armando Benedetti, nesta quarta-feira, 14 de maio. Foto: Milton Diaz / El Tiempo
"Um passo em falso foi dado por parte de uma parcela do Senado da República e de seu presidente. Acho que é hora de responder, mas precisamos responder com a sabedoria de um povo determinado, que já demonstrou sua maioria, tanto em praça pública quanto nas urnas que realiza", acrescentou o presidente.
Nesse sentido, ele pediu aos cidadãos que "não se calem" e "debatam em assembleia permanente. Peço à Câmara Municipal aberta de Bogotá, lá no Conselho Distrital, na praça, se não os deixarem entrar, que se reúnam as organizações em nível nacional, a Federação de Cooperativas, a Federação Nacional de Ação Comunitária, a Coordenação Nacional Camponesa, com seus milhões de membros registrados, reivindicando terras na Colômbia, os sindicatos, o movimento juvenil, a minga indígena, a diversidade colombiana, as organizações afro (...) para que proponham e todas as câmaras municipais discutam se aprovam ou não as propostas que o próprio movimento popular deve elaborar. Temos algumas, mas cabe ao povo tomar uma decisão", disse o chefe de Estado.
Este é o momento do povo, chegou o momento do povo, a resposta à corrupção e à fraude no Senado
E acrescentou que "este é o momento do povo, chegou a hora do povo. A resposta à corrupção e à fraude no Senado será calma, alegre e não usará violência contra ninguém. Deve ser profundamente contundente. Não podemos esperar até o ano que vem."

Presidente Petro e seus ministros na China. Foto: MAURICIO MORENO, EL TIEMPO
Mas ele insistiu que nenhuma arma seria levantada contra o povo e pediu aos cidadãos que não recorressem à violência durante as manifestações.
Anteriormente, via X, o presidente Petro anunciou que na segunda-feira estará no Atlântico liderando uma manifestação.
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