O presidente Gustavo Petro defende o asilo concedido a Ricardo Martinelli: "A Colômbia deve ser um lugar de refúgio".

O presidente Gustavo Petro defendeu o asilo político concedido ao ex-presidente panamenho Ricardo Martinelli, condenado por corrupção. O presidente colombiano não fez referência aos processos criminais contra o requerente de asilo, mas apenas afirmou que a Colômbia é um país de refugiados.
"A Colômbia tem sido uma terra de asilo; é um direito universal. Não importa se você é de direita ou de esquerda, se você é poeta, político ou perseguido", justificou o presidente Petro.

Presidente Gustavo Petro na Grande Muralha da China. Foto: Presidência
A esse respeito, o presidente colombiano observou que esta não é a primeira vez que a Colômbia concede esse status: " Concedemos asilo político e até dupla nacionalidade aos perseguidos por Ortega na Nicarágua, que lutaram na revolução contra Somoza. Também foi concedido à oposição venezuelana que veio."
O presidente reiterou em diversas ocasiões que conceder esse tipo de status é algo natural para a Colômbia: "Na Colômbia da mudança, a Colômbia respeita o direito de asilo".
Em outro momento, Petro disse: “A Colômbia deve ser, como o Panamá foi, um lugar de refúgio e um lugar de liberdade de expressão”. Ele então reiterou sua proposta de criação de uma confederação de nações semelhante ao projeto nacional conhecido como "Gran Colombia".

Presidente Gustavo Petro em sua chegada à China. Foto: Presidência
"Panamá e Colômbia precisam unir forças, e queremos atrair o povo panamenho, como fizemos no passado. Podemos não ser mais uma nação única como já fomos, mas podemos considerar uma confederação de nações", concluiu.
Gustavo Petro na China Além de defender o asilo de Martinelli, o presidente colombiano anunciou sua adesão à Rota da Seda, projeto econômico liderado pela China que busca replicar as rotas comerciais que conectaram este país à Europa durante séculos.
"Vamos assinar a Rota da Seda. Tanto a América Latina quanto a Colômbia são livres, soberanas e independentes. E as relações que estabelecemos com qualquer povo do mundo devem ser baseadas em condições de liberdade e igualdade. Decidimos dar um passo profundo entre a China e a América Latina", disse o presidente colombiano.

Presidente Gustavo Petro em sua chegada à China. Foto: Presidência
Segundo o presidente colombiano, ele não apenas assinaria uma carta de intenções para ingressar na Rota da Seda, mas também teria tomado a decisão de ingressar totalmente na aliança comercial.
Há poucos dias, em seu discurso aos jovens membros da Sena (Assembleia Nacional da Federação das Nacionalidades das Américas), o presidente afirmou que durante sua viagem à China assinaria um memorando de entendimento para ingressar na Rota da Seda, e que a adesão ao bloco seria uma decisão do próximo governo. No entanto, as declarações de segunda-feira sugerem que o governo colombiano pularia essa etapa e buscaria a entrada imediata.
A razão para essa mudança de opinião do governo não está clara. Um fato é que esta semana, o presidente Gustavo Petro e a ministra das Relações Exteriores Laura Sarabia se encontraram com o encarregado de negócios dos EUA na Colômbia, John McNamara. Nesta reunião, o diplomata norte-americano teria informado a Colômbia sobre as consequências para os Estados Unidos de entrar nesta aliança econômica com a China.

Presidente Gustavo Petro na Grande Muralha da China. Foto: Presidência

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Juan Sebastián Lombo Delgado
eltiempo