Luis Gilberto Murillo responde duramente ao comentário de Gustavo Petro de que "ninguém que seja negro vai me dizer": "É inaceitável".

As duas aparições do presidente Gustavo Petro na mídia nacional em 15 de julho têm sido alvo de polêmica devido a vários incidentes pelos quais ele vem sendo criticado. Um deles é a forma como ele se referiu à Ministra da Igualdade durante a reunião ministerial no mesmo dia.
Em um dos discursos do presidente, ele abordou a polêmica em torno da nomeação de Alejandra Omaña e Juan Carlos Florián para o Ministério da Igualdade. No entanto, suas palavras geraram críticas de diversos setores, desta vez na forma de uma forte repreensão do ex-chanceler Luis Gilberto Murillo.
'Está racializando o discurso da Colômbia' Referindo-se à nomeação do jornalista para o Gabinete, o presidente afirmou que há "uma disputa interna" dentro do Ministério da Igualdade que está levando à "expulsão de funcionários" que trabalharam com ele durante seu mandato como prefeito de Bogotá.

Presidente Gustavo Petro. Foto: Presidência
Na mesma linha, ele observou que "ninguém negro vai me dizer que um ator pornô deve ser excluído", referindo-se às divergências sobre a inclusão de dois funcionários neste ministério.
O comentário, que usou a palavra "negro", foi criticado por diversos políticos e usuários de redes sociais, que o chamaram de racista . Nesta quinta-feira, o ex-ministro das Relações Exteriores Luis Gilberto Murillo publicou um vídeo nas redes sociais chamando a atenção para essa forma de comunicação com o chefe de Estado.

Luis Gilberto Murillo, ex-chanceler. Foto: Cláudia Rubio. Arquivo EL TIEMPO
No discurso que proferia quando o vídeo foi gravado, o ex-funcionário aproveitou a oportunidade para abordar o comentário polêmico. Ele disse que a comunicação do presidente com o membro de seu gabinete é "inaceitável" e teria consequências para o debate político colombiano e o discurso social no país.
"Que ninguém diga: 'Não aceito que um negro me diga tal coisa', porque isso é racializar o discurso na Colômbia, principalmente quando é dito pelo presidente da República", ele acusou com veemência, continuando a desenvolver seu ponto.
Ele também afirmou que "devemos caminhar em direção a uma nação inclusiva", sem colocar negros, indígenas ou outros setores em um campo político, como o centro, a direita ou a esquerda. "A alma colombiana não se encontra em divisões ideológicas e políticas; ela se encontra no esforço e no trabalho. Você a encontra em cada colombiano", concluiu.
Nesse discurso, que, segundo ele, ocorreu em um estabelecimento nos Estados Unidos, ele também insinuou uma possível candidatura presidencial logo no início. " É surpreendente que, neste país hoje, as pessoas digam que um afro-americano não pode ser presidente. Sim, podemos, porque estamos prontos."
Nas redes sociais, Murillo tem apoiado as lutas raciais do país por inclusão. Por sua vez, o presidente Gustavo Petro não respondeu ao chamado de atenção de um de seus ex-funcionários, que passou a criticar o governo em questões como as mencionadas acima e a polêmica sobre a emissão de passaportes.
EDITORIAL DE ÚLTIMAS NOTÍCIAS.
eltiempo