O governo apresentou, pela terceira vez e com mensagem de urgência, um projeto de lei para proibir o fracking na Colômbia.

Hoje, a Ministra do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Lena Estrada, apresentou ao Congresso um projeto de lei que visa proibir a exploração e o aproveitamento de jazidas de petróleo e gás não convencionais, bem como o uso da técnica conhecida como fracking, em todo o país . Na visão do governo, "essa prática coloca em risco a vida das comunidades e a saúde dos ecossistemas".

O fracking é uma técnica não convencional de extração de hidrocarbonetos. Foto: iStock
"Esta iniciativa representa um passo decisivo para a proteção dos territórios, especialmente aqueles onde essas atividades, que envolvem o fraturamento do solo com água em alta pressão misturada com produtos químicos, podem ocorrer, gerando impactos ambientais e sociais irreversíveis", afirmou o Ministério do Meio Ambiente em um comunicado.
É importante destacar que esta é a sexta vez que se tenta coibir o fracking e esse tipo de exploração na Colômbia por meio de um projeto de lei (a terceira vez com o apoio do atual governo). Desde o início do governo do presidente Gustavo Petro, em 2022, duas iniciativas foram apresentadas com o apoio do Poder Executivo e sob a liderança do Ministério do Meio Ambiente. No início deste ano, uma mensagem urgente foi enviada ao projeto de lei para evitar que ele fracassasse; no entanto, a iniciativa não conseguiu ser debatida.
Agora, com essa nova iniciativa, o Ministro do Meio Ambiente espera avançar com o projeto de lei durante a última legislatura, com o apoio das bancadas do governo e dos ambientalistas, que já manifestaram interesse em aprovar o texto no Congresso. Além disso, o projeto de lei incluirá uma mensagem de urgência para que sua discussão possa avançar mais rapidamente.
No entanto, dado que é comum que muitos projetos de lei permaneçam sem tramitação durante o último ano de administração de um governo e acabem parados na legislatura, é provável que o projeto sofra o mesmo destino que teve nas cinco ocasiões anteriores.

O projeto para impedir o fracking já fracassou diversas vezes. Foto: Twitter: @JoseDavidName
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o projeto de lei antifracking é respaldado por evidências técnicas e científicas que alertam sobre os efeitos do fracking, entre eles: poluição da água, do ar e do solo, com riscos à saúde humana; consumo excessivo de água: um único poço pode utilizar até 15 piscinas olímpicas; contaminação de rios e aquíferos com produtos químicos tóxicos; geração de resíduos perigosos, alguns contendo materiais radioativos; impactos na agricultura, pecuária e biodiversidade; e emissão de gases poluentes, como o metano, que agravam as mudanças climáticas, entre outros.
“Esta lei decorre de um mandato cidadão de proteger nosso território. É uma resposta ética a uma ameaça que põe em risco a vida. O fracking não só polui, como também adoece e destrói. É por isso que a Lei Antifracking defende o direito a uma vida saudável, à proteção da água e ao respeito à Mãe Terra. Dizer não ao fracking é dizer sim a uma economia que valoriza a vida e a dignidade das comunidades”, afirmou o Ministro Estrada.

Ministra do Meio Ambiente, Lena Estrada Añokazi. Foto: Ministério do Meio Ambiente
Jornalista de Meio Ambiente e Saúde
eltiempo