Lula articula a resposta dos BRICS a Trump

Lula articula a resposta dos BRICS a Trump
Sputnik
Jornal La Jornada, domingo, 7 de setembro de 2025, p. 15
Quito. O governo brasileiro é chamado a liderar a integração regional rumo a um novo mundo, disse o analista político internacional Luis Marchán, do Equador, em entrevista à Sputnik, a respeito da convocação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para uma reunião virtual do grupo BRICS.
"Acho que a posição de Lula está correta. É claro que o Brasil deve liderar parte da integração latino-americana ao novo mundo", disse Marchán, que integra a plataforma equatoriana Iskra-Latam, composta por intelectuais latino-americanos que promovem e geram pensamento em busca da multipolaridade.
O analista equatoriano analisou o contexto do convite de Lula aos países do BRICS para discutir a política tarifária dos EUA após o anúncio do presidente Donald Trump de que imporia tarifas adicionais aos membros deste bloco, e também para tratar de ações de promoção do multilateralismo.
Imperialismo versus multipolaridade
"Por um lado, temos os Estados Unidos expandindo e reproduzindo ainda mais sua reputação imperialista, sua política de tarifas e sanções e medidas econômicas unilaterais; e, por outro, vemos o surgimento de um mundo multipolar que propõe a coexistência de potências. Acredito que isso define um cenário bastante claro para como o futuro será abordado", observou.
Para o analista, os BRICS precisam considerar a possibilidade de consolidar meios de pagamento alternativos além do sistema Swift, usado para transferências internacionais de dinheiro, ou seja, "uma moeda tangível, outro tipo de lastro, uma contra-hegemonia ao dólar", afirmou.
Ele indicou que esta seria uma das medidas mais adequadas para avançar em direção a um novo mundo multipolar que os BRICS poderiam tomar, pois lhes permitiria "não mais cair nas chantagens ou ameaças de Washington e se abrir ao comércio com o resto do mundo", afirmou.
O cientista político indicou que é importante para o Sul Global, particularmente a América Latina, estabelecer outra forma de desenvolvimento coletivo, o comércio dentro da região e, a partir da América Latina, promover o comércio com a Rússia, a China e o grupo BRICS em geral.
"É a alternativa ideal para nos livrarmos das sanções e tarifas impostas por Trump e permitir o surgimento de uma nova forma de relações comerciais no mundo", afirmou.
Alemanha: Aposentados trabalharão para resolver o déficit previdenciário

▲ Foto AFP
Jornal La Jornada, domingo, 7 de setembro de 2025, p. 15
"É um pouco estressante, mas estou feliz por estar aqui", diz Pete Maie, um soldado aposentado de 70 anos, antes de uma entrevista de emprego para um cargo de meio período na Alemanha. Manter os idosos na força de trabalho por mais tempo é uma prioridade para o governo, que luta contra o crescente déficit do sistema previdenciário em um país em envelhecimento. As contribuições são insuficientes para cobrir as pensões dos aposentados, que representam um quarto da população e receberam € 408 bilhões no ano passado. Na imagem, um trabalhador monta um modelo Porsche Macan na linha de produção e controle de qualidade da fábrica de Leipzig.
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