Gripe aviária: Brasil suspende exportação de frango para Argentina, China e UE

O Brasil suspendeu as exportações de frango para a China, União Europeia (UE) e Argentina após a identificação de um surto inicial de gripe aviária em uma granja comercial, anunciou o governo na sexta-feira.
Um surto de gripe de alta patogenicidade (GAAP) foi detectado em uma granja avícola em Montenegro, no estado do Rio Grande do Sul (sul), segundo nota do Ministério da Agricultura, que esclareceu que "a doença não é transmitida pelo consumo de aves ou ovos ".
Além da China e da UE, autoridades sanitárias argentinas anunciaram a suspensão das importações de frango brasileiro até que o país vizinho seja declarado livre da gripe aviária.
"A partir de hoje, por 60 dias, a China não comprará carne de frango brasileira", disse o ministro da Agricultura do Brasil, Carlos Fávaro, a repórteres.
Em comunicado posterior, o ministério explicou que "para respeitar os acordos firmados com a China e a União Europeia, as exportações estão restritas em todo o país".
Autoridades agrícolas confirmaram que medidas para conter e erradicar o surto já estão em andamento.
Uma questão de "protocolos"O Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango, e a China é seu principal destino, com mais de 562 mil toneladas embarcadas em 2024, o que representa 10,89% do total exportado, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Ambos os países mantêm uma parceria comercial estratégica, ainda que assimétrica em favor da potência asiática.
A China é o maior parceiro comercial do Brasil e o principal destino de suas exportações, enquanto o Brasil é o nono maior parceiro comercial da China e a maior fonte de suas importações agrícolas.
A União Europeia , por sua vez, comprou mais de 231 mil toneladas de carne de frango brasileira no ano passado, o que representa 4,49% dessas exportações para o Brasil.
O ministro explicou que, com a China e a UE, a decisão responde a um protocolo de suspensão automática de importações nesse tipo de situação, enquanto em outros países essas restrições se limitam a produtos da região afetada.
"O sistema brasileiro é tão confiável e eficiente que vários países mudaram seus protocolos porque sabem que o Brasil sabe como conter o vírus. É por isso que as restrições comerciais permanecem em vigor apenas na região onde o surto está ocorrendo. Alguns países, como a China, não mudaram seus protocolos", disse Fávaro.
No Rio Grande do Sul, medidas foram implementadas para "isolar e eliminar o surto", disse o governador Eduardo Leite em sua conta no X, insistindo que a população "pode continuar comendo" frango e ovos "com total segurança".
Eleconomista