Áreas propensas a inundações no Vale do México mapeadas

Pesquisadores do Instituto de Geografia da UNAM realizaram um mapeamento detalhado que identifica as áreas mais propensas a chuvas no Vale do México, usando imagens de satélite obtidas pelo radar Sentinel-1 da Agência Espacial Europeia.
Segundo a instituição acadêmica, os bairros com maior risco de inundação são La Laguna Ticomán e Lindavista, no bairro Gustavo A. Madero; Parque Tezozómoc e a área ao redor da antiga refinaria 18 de Marzo, em Azcapotzalco; o bairro Reforma Social e o Hipódromo de las Américas, em Miguel Hidalgo; o bairro Zedec Santa Fe, em Cuajimalpa; e La Ciénega e a área ao redor da estação de metrô, em Tláhuac. Acúmulos preocupantes de água também foram detectados em vários trechos do Parque Chapultepec.
Durante as chuvas de 2 de junho, foram registradas precipitações entre 50 e 70 milímetros em apenas 24 horas, causando interrupções nas estradas e complicações para milhares de pessoas que retornavam para casa. As áreas mais afetadas concentraram-se no centro e no leste da cidade, embora, como enfatizou o pesquisador Ángel Emmanuel Zúñiga Tovar, toda a cidade enfrente algum nível de risco.
O mapeamento não se limitou à capital. Também foram incluídas áreas críticas em municípios metropolitanos do Estado do México, como San Pedro Barrientos e Tequexquinahuac em Tlalnepantla; Los Laureles e o Ejido de Santa María Tulpetlac em Ecatepec; Santa María Tulantongo e Zaragoza em Texcoco; Izcalli Nezahualcóyotl e Avenida Chimalhuacán em Nezahualcóyotl; bem como Culturas de México e Jacalones em Chalco.
Por sua vez, Eduardo Vázquez, diretor executivo da Agua Capital, explicou que as chuvas extraordinárias deste ano, que superaram as médias históricas, exigem uma reformulação urgente da infraestrutura urbana e rural, visto que a maioria dos sistemas atuais não foi projetada para lidar com eventos extremos. Em entrevista ao El Economista, ele mencionou que, por não terem capacidade para canalizar, infiltrar ou armazenar grandes volumes de água, muitas áreas urbanas enfrentam inundações, buracos e danos materiais.
Ele destacou que 59% do território da Cidade do México é classificado como área de conservação, onde existem as melhores condições geológicas para permitir a infiltração de água. No entanto, muitas dessas áreas — localizadas principalmente nos municípios do sul e oeste, como Milpa Alta, Xochimilco, Álvaro Obregón, Magdalena Contreras e Cuajimalpa — estão sendo invadidas pelo crescimento urbano descontrolado, o que compromete sua função ambiental.
“Mais do que regiões, devemos pensar em infraestrutura física e equipamentos que possam captar esses grandes volumes de água (como) grandes: prédios públicos, serviços privados, shopping centers, galpões comerciais, galpões que tenham um grande telhado — que permita uma grande área de captação, com um bom sistema, eficientemente projetado, que canalize a água — a regule, modere seu fluxo em alguns casos, ela pode até ser guardada para outras vezes e o restante pode ser desviado gradativamente para o sistema de drenagem e também acoplado a esses poços de infiltração”, mencionou.
Ele também observou que o Estado deve promover incentivos para incentivar a captação de água da chuva em todos os setores, mas considerou que esses tipos de sistemas não deveriam mais ser opcionais. "Eles deveriam ser obrigatórios em todas as grandes infraestruturas públicas ou privadas", disse.
Eleconomista