Este é o país com o maior "poder aéreo" de toda a América do Sul e pouca gente sabe disso.

Em um contexto cada vez mais abalado por conflitos armados e guerras cada vez mais intensas , a segurança e a defesa voltaram ao centro das agendas políticas e orçamentárias globais. Embora a América Latina tenha historicamente mantido baixos níveis de investimento nessa área, uma nação começou a modernizar suas frotas aéreas e a renovar sua infraestrutura.

Evidenciando uma mudança estratégica que responde tanto às necessidades domésticas quanto ao novo cenário geopolítico global, o Brasil emerge como o país com o maior poder aéreo da América do Sul. Embora a Argentina tenha revelado oficialmente seu primeiro caça F-16, recentemente adquirido da Dinamarca, dados comparativos mostram que o Brasil lidera claramente a região em capacidade aérea militar, com 185 aeronaves de combate operacionais, um número que o coloca muito à frente de seus vizinhos. E essa liderança também pode ser medida pela qualidade tecnológica.

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O gigante aéreo regional

Conforme destacado em artigo publicado pela CNN Latin America , o Brasil não só possui uma frota grande, como também diversificada e em constante modernização. Ao seu já robusto arsenal — que inclui 47 caças F-5 Tiger II e 24 aeronaves de ataque AMX A-1 — somam-se os Saab Gripen E/F, caças supersônicos de última geração de origem sueca. Até o momento, seis unidades foram recebidas, mas o acordo com a Saab prevê a entrega de dezenas de outras, algumas das quais serão fabricadas no Brasil.

Este acordo faz do Brasil o primeiro país da América Latina a produzir caças de quinta geração , consolidando sua posição como a potência aérea mais desenvolvida do continente.

Em contraste, a Argentina está tentando recuperar terreno após décadas de subinvestimento . A recente compra de 24 caças F-16 da Dinamarca, por mais de US$ 300 milhões, é a maior aquisição aérea do país em décadas. No entanto, essas aeronaves ainda não foram incorporadas à Força Aérea e, até que isso aconteça, o país permanecerá sem caças supersônicos operacionais.

Atualmente, a Argentina possui apenas 22 aeronaves de combate, incluindo o subsônico A-4AR Fightinghawks e os treinadores IA-63 Pampa. E os gastos com defesa do país permanecem abaixo de 1% do PIB, um dos mais baixos da região.

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Poder aéreo na América do Sul

De acordo com o Balanço Militar de 2024 do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS) , a capacidade aérea na região é liderada pelos seguintes países (em termos de número de aeronaves de combate operacionais):

• Brasil: 185 • México: 80 • Venezuela: 79 • Chile: 76 • Colômbia: 64 • Peru: 60 • Argentina: 22

• Honduras: 17

Países como o Chile também se destacam pela incorporação precoce de caças F-16, enquanto a Colômbia mantém uma frota ativa de Kfirs israelenses. A Venezuela, por sua vez, opera tanto caças F-16 quanto avançados Sukhoi Su-30 de fabricação russa. Embora os conflitos internacionais tenham impulsionado os gastos globais com defesa — que atingiram o recorde de US$ 2,4 trilhões em 2023, de acordo com o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI) — a América Latina continua atrasada.

Segundo o Banco Mundial, a Colômbia é o único país da região que ultrapassa o limite de 2% e destina 3,1% do seu produto à Defesa , enquanto México, Venezuela e Argentina estão entre os que têm menos recursos, abaixo de 1%.

No entanto, a incerteza global, a pressão geopolítica e a necessidade de modernizar frotas obsoletas podem levar mais países da região a fortalecer seu poder estratégico.