Serviço de internet na Colômbia está em risco devido à crise financeira das operadoras de telefonia móvel, alerta Asomóvil.

A conectividade à internet na Colômbia, que atualmente atinge 79% da população, corre o risco de se deteriorar e desacelerar sua expansão devido à crise financeira enfrentada pelas operadoras de telefonia móvel. Isso foi alertado em uma carta conjunta dirigida a diversas autoridades nacionais e associações do setor, como Asomóvil, Andesco, Asotic, GSMA e ASIET.
A carta, assinada por representantes como Samuel Hoyos Mejía (Presidente da Asomóvil) e Maryleana Méndez (Secretária-Geral da ASIET), destaca que, apesar dos investimentos substanciais realizados pelas empresas de telecomunicações – mais de " 55 trilhões de pesos (a preços de 2025) na manutenção, expansão e modernização da infraestrutura de rede " nos últimos sete anos –, a exclusão digital persiste. Estima-se que superar as metas do MinTIC e atingir 95% de cobertura nacional "exigirá cerca de US$ 4,5 bilhões adicionais".
Problemas financeiros para operadores de Internet As perspectivas financeiras do setor deterioraram-se significativamente. A receita média mensal por usuário (ARPU) "caiu quase 70% na última década", de acordo com a Comissão Reguladora de Comunicações (CRC).
Essa queda é atribuída à necessidade de manter os preços baixos, enquanto, paradoxalmente, o tráfego de dados continua a crescer exponencialmente. Entre 2022 e 2024, o tráfego móvel aumentou "1,57 vezes, com uma taxa de crescimento anual de 25%".

Foto da Internet : PORTFÓLIO
Um ponto-chave de preocupação é que "apenas três plataformas geram 67% do tráfego total", o que equivale a baixar "mais de 213 milhões de filmes em HD em um único mês".
As grandes plataformas digitais, apesar de serem as principais geradoras de tráfego, não estão sujeitas à regulamentação local e "não pagam pelo uso da rede". Além disso, definem unilateralmente as condições de hospedagem de sua infraestrutura de distribuição de conteúdo e a qualidade exigida.
Os sindicatos descrevem essa situação como uma "falha estrutural de mercado que exige correção regulatória urgente". Eles concordam com estudos recentes da Universidade Nacional, JSM e NERA (2024-2025) de que a Colômbia precisa adotar regulamentações justas e equitativas que exijam que grandes geradores de tráfego assumam uma parcela proporcional dos custos da rede.
É mencionado o caso da Coreia do Sul, que "implementou recentemente um sistema de negociações comerciais entre operadoras e grandes geradores de tráfego supervisionado pelo regulador".

Foto do bate-papo : iStock
Se esse desequilíbrio não for corrigido, os signatários alertam que "a capacidade financeira das operadoras para sustentar os investimentos na rede continuará diminuindo", o que impactaria diretamente "milhões de lares colombianos que dependem da conectividade para trabalhar, estudar, acessar serviços de saúde e participar da vida democrática".
Além disso, "retardará a implantação de redes em áreas rurais e remotas, ampliando a exclusão digital" e comprometendo o desenvolvimento digital do país.
Por todas as razões acima, os sindicatos estão fazendo um "apelo urgente ao Governo Nacional, ao Congresso da República e aos órgãos de supervisão e regulação" para que estabeleçam regras claras e justas quanto ao uso das redes.
Eles enfatizam que "regulamentar o uso justo das redes não é apenas uma medida econômica", mas uma "decisão política e social que impacta o direito à conectividade, a equidade territorial, a democracia e o futuro digital de todos os colombianos".
*Artigo desenvolvido com suporte de IA
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