Morena e aliados impõem pacote de reformas e garantem maior acesso a dados pessoais

Em menos de 10 dias, os blocos legislativos do Morena, do Partido dos Trabalhadores (PT) e do PVEM (Polícia Militar do Estado de Minas Gerais) esmagaram a oposição e aprovaram, em caráter de urgência, um pacote de sete reformas que servirão como estratégia de segurança e telecomunicações, concedendo ao governo o poder de interceptar comunicações e acessar dados biométricos, de veículos e telefônicos, bem como registros bancários e de patrimônio público.
Também estabelece regras para pressionar os 32 estados a fortalecerem suas estratégias de segurança e condiciona seu comprometimento com isso para obter recursos federais. Autoriza o Ministério da Fazenda e Crédito Público (SHCP) a investigar o uso de cartões de serviço ou de crédito e estabelece que a Guarda Nacional (GN) será uma força de segurança composta por militares.
Também são criados, no âmbito da Secretaria de Segurança e Proteção ao Cidadão (SSPC), a Subsecretaria de Inteligência e Investigação Policial, o Centro Nacional de Inteligência (CNI) e a Plataforma Central de Inteligência. Essas plataformas devem entrar em operação em até 180 dias úteis após a entrada em vigor da lei.
Paralelamente, já está sendo preparada a reforma eleitoral, que será prioridade no início da sessão ordinária de setembro próximo.
A Lei do Sistema Nacional de Inteligência e Pesquisa foi a mais criticada pela oposição. Esta é uma lei que concede ao SSPC e à Guarda Nacional acesso a bancos de dados pessoais e biométricos mantidos pelo governo federal e entidades privadas. para tarefas de inteligência. Com isso, o SSPC coordenará o Sistema Nacional de Segurança e poderá solicitar informações a outras instituições estaduais para identificar e esclarecer atos que possam configurar crimes, especialmente crimes de alto impacto, e poderá solicitar informações a pessoas físicas.
Você terá acesso a dados de veículos e placas, registros biométricos e telefônicos, registros comerciais e de propriedade pública, registros de entidades legais, registros de terras, registros fiscais, registros de armas de fogo, registros de armas apreendidas ou confiscadas, registros comerciais e registros de prestadores de serviços de segurança privada.
Também aos “registos de pessoas detidas e condenadas, Registros de serviços financeiros, bancários, de transporte, de saúde, de telecomunicações, empresariais, comerciais e marítimos , e todos aqueles dos quais podem extrair pistas, dados e informações para a geração de produtos de inteligência."
A reforma estabelece que o CNI "poderá acessar, diretamente ou por meio da plataforma, todas as informações que o Ministério do Interior (Segob) integre, armazene, gere, compile, sistematize ou processe".
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